domingo, 16 de outubro de 2011

Dia Mundial da Alimentação: preço dos alimentos... da crise à estabilidade

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), desde 1979, comemora no dia 16 de Outubro, o Dia Mundial da Alimentação.

Principais Objectivos do Dia Mundial da Alimentação :

• Desenvolver medidas para combater a fome e sensibilizar as pessoas para adopção das mesmas;
• Sensibilizar as pessoas para necessidade da produção agrícola e estimular os apoios nacionais, bilaterais, multilaterais e não-governamentais para este fim;
• Ajudar no desenvolvimento de novas tecnologias em países subdesenvolvidos;
• Sensibilizar todos os países para importância da ajuda nacional e internacional na luta contra a fome, subnutrição e pobreza;
• Estimular participação da população rural nas decisões e actividades que influenciam as suas condições de vida.

“Preços dos alimentos: da crise à estabilidade” foi o tema escolhido do Dia Mundial da Alimentação deste ano para provocar a reflexão sobre as causas da alteração dos preços e a importância da adopção de medidas estruturais que alterem esta situação, que traz vulnerabilidade ao sistema alimentar global. De acordo com o Banco Mundial, entre 2010 e 2011 os aumentos dos preços dos alimentos deixou quase 70 milhões de pessoas em pobreza extrema.

A insegurança alimentar e nutricional não resulta apenas da desnutrição por escassez ou falta de alimentos. Há também um aumento de doenças resultantes da presença de produtos tóxicos nos alimentos, além das al tas taxas de excesso de peso e obesidade que preocupam e requerem medidas consistentes de reversão a curto e médio prazos.

Os dados mostram que há um número crescente de vítimas de ambas as formas de insegurança alimentar e nutricional. Esta situação tem estreita relação com o modelo de produção agrícola que concentra terra, renda, tecnologias, patentes das sementes e medicamentos. Ou seja, as cinco ou seis principais empresas multinacionais que produzem e controlam as sementes transgénicas, os agrotóxicos e agroquímicos nocivos à saúde humana são as mesmas que controlam a indústria de medicamentos para “curar” os efeitos de seus danos, alimentando este círculo vicioso.

Actualmente, vivemos sob a pressão das crises económica, alimentar, climática e energética. Estas crises requerem discussões que apontem soluções articuladas entre si, com alternativas de soberania e segurança alimentar e nutricional que respeitem a realidade de cada povo e região.
Portanto, aproveitemos para reflectir em nossas casas, ambientes de trabalho, círculos de relações e organizações para estimular debates proactivos sobre a importância de fazermos a nossa parte nas mobilizações e lutas locais e mundiais pela efectivação do direito humano à alimentação adequada e saudável como um direito humano e um requisito fundamental para viver com dignidade.
In Correio do Minho, 16/10/2011

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