domingo, 7 de abril de 2013

Dia Mundial da Saúde!

O Dia Mundial da Saúde é celebrado, anualmente, a 7 de Abril. Foi escolhida esta data para assinalar a fundação da OMS, que ocorreu em 1948.

Em cada ano é escolhido um tema que evidencia uma área prioritária da Saúde Pública, com impacto em todo o mundo, tendo como objectivo alertar a população para a imperiosa necessidade de promover a saúde.

A campanha deste ano, sob o lema: “controle a sua tensão arterial”, incide sobre a prevenção e controlo da Hipertensão Arterial (HTA), como meio de reduzir o número de pessoas afectadas pelas doenças cardiovasculares, agora e no futuro, preconizando a realização de acções de sensibilização com o intuito de promover a consciencialização dos cidadãos sobre as causas e consequências da HTA.

A HTA é um dos graves problemas de Saúde Pública, sendo uma das principais causas de morbi-morbilidade nos países desenvolvidos, principalmente se desconhecida ou mal controlada. A consequência são mais de 9 milhões de mortes anuais, sendo que metade das mortes por AVC e enfarte têm como causa a HTA.

Também existe um enorme custo económico e social associado a este problema. Em alguns países o dinheiro gasto a tratar, apenas, as doenças cardiovasculares pode representar 1/5 do total do dinheiro gasto com a saúde. No entanto, milhões de pessoas, não controlam a HTA nos estádios iniciais por falta de recursos financeiros. Os resultados são devastadores, quer para as famílias quer para o sistema de saúde: mortes prematuras, incapacidade/dependência, perda de produtividade, diminuição da força de trabalho, despesas em cuidados médicos que se reflectem nas famílias, comunidades e orçamentos nacionais.

Em 1980 existiam 600 milhões de hipertensos, contrastando com o bilião registado em 2008. Por trás destas estatísticas alarmantes encontra-se um “assassino” silencioso que pode afectar qualquer pessoa.

Apesar de apresentar uma elevada prevalência, afectando um em cada três adultos, ainda persiste muita falta de informação sobre a doença, o que constitui um sério obstáculo ao diagnóstico precoce e ao tratamento efectivo. Muitas pessoas não sabem que são hipertensas, porque nem sempre a HTA produz sintomas, e desconhecem os riscos de saúde associados. O resultado é a existência de inúmeros casos que carecem de diagnóstico, verificando-se também que, uma considerável percentagem dos doentes diagnosticados não tem acesso ao tratamento, ou as suas condições são mal controladas. Convém, no entanto, realçar que o auto-cuidado (acções e comportamentos que qualquer pessoa pode adoptar na sua vida diária) desempenha um papel essencial e determinante no combate à doença.

As doenças cardio e cerebrovasculares são a principal causa de morte em Portugal. Provocam cerca de 40 mil mortes anuais principalmente por AVC (20 mil óbitos/anos) e por enfartes do miocárdio (10 mil óbitos/anos). Segundo estudos nacionais recentes, em Portugal a prevalência de HTA é de 43,7%, sendo que, apenas, 46,2% dos portugueses hipertensos tem conhecimento da sua doença e somente 31% são medicados.

O crescimento e envelhecimento da população mundial associado a comportamentos de saúde nefastos (dieta desequilibrada, sedentarismo, consumo de álcool e tabaco) e a estilos de vida stressantes, contribuem fortemente para aumentar as probabilidades de desenvolver HTA. Todas as regiões do mundo são afectadas.

Em jeito de conclusão, gostaria de enfatizar que, apesar de constituir um sério problema de Saúde Pública, a HTA é prevenível e tratável. A detecção e tratamento precoces são a chave, sendo, por isso, fundamental a existência de políticas públicas que garantam o acesso de todos os cidadãos aos cuidados básicos de saúde (médicos e de enfermagem) de boa qualidade (que são efectivos e baratos), e devem ser prestados nos Cuidados de Saúde Primários (Centros de Saúde), tendo como principal objectivo promover a adopção de estilos de vida saudáveis, no sentido de prevenir o desenvolvimento de HTA e ajudar os que têm HTA a lidar com a doença de forma eficaz, contribuindo para o aumento da sua qualidade de vida. 
 
Por Maria José Pacheco

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